quarta-feira, 21 de julho de 2010

e quando há perguntas a serem feitas e almas esperando por respostas? sim, almas. alma é isso que fica incomodando aqui dentro, entende? só não incomoda se você não a tiver. mas, de que importa? o amargo da desilusão prende o que se tem na boca. aquela coisa que poderia lhe fazer tentar o questionamento, a mínima explicação que fosse, faz mofar. mofar como os morangos de caio. 

fingir que nada acontece é forma de sobrevivência? isso não seria fugir de si? perdão, não aprendi a fugir de mim e, sinceramente, não me interessa aprender.  será que tudo que pulsa aqui dentro só aconteceu em Wonderland? será que a conta, lá no final da vida, fica muito cara pra quem resolveu acreditar nas pessoas? 

tentar entender as pessoas, "sobretudo por causa das pessoas" - como dizia clarice, pode nos fazer acordar no divã do psiquiatra. há piores consequências, como reduzir a pó a crença que ainda deve existir no mundo, mas o que eu não entendo não me interessa. as incógnitas não me apetecem, não se pisa em falso quando a vida é minha. não há o meio do caminho, não há o mais ou menos; todas essas coisas são insuficientes e não nos levam a lugar algum. 

chegar ao tal "lugar algum" não faz parte dos meus planos. poderia dizer que hoje preciso de uma dose de coragem, mas não, eu não preciso. preciso somente que o medo não a sobreponha. talvez seja hora de mudar de assunto ou cair no poço.

"É chegado o momento de encarar as horas." - Virginia, minha Virginia.

domingo, 4 de julho de 2010

o me faz falta, eu e vanessa (da mata)

"nosso sonho se perdeu no fio da vida. e eu vou embora, sem mais feridas, sem despedidas, eu quero ver o mar..."

é estranho pensar na intensa banalização das coisas que hoje ocorre. não digo as pessoas, a maioria está apenas de passagem. falo do que fica, do que a gente sente. não há como sumir com o que se sente. conseguimos, no máximo, tirar do foco. por que não cuidar disso? há dificuldade em não querer deixar olhos rasos d'água quando tudo acaba?

desassossego é o que me move hoje. me perturba essa falta de explicação. o que fazer? qualquer movimento pode definir um acontecimento, mas nada se define quando não há movimento. virginia woolf já dizia que "não se acha a paz evitando a vida", e eu não tenho argumentos para discordar. se não me falha o conhecimento, virginia anotou tal frase em seu diário num momento em que se afastou da cidade para cuidar de problemas de saúde, como depressão - virginia teve, pelo menos, quatro crises enquanto viveu. ela própria reconheceu que não era a saída, mas leonardo insistia. como insistir na reclusão? é insano. adormece, mas não cura. nada acalma quando existe um tornado dentro de si.

"(...) as lembranças, os cheiros, dilacerados."

hoje eu só desejo um mundo mais humano. sei que tudo muda, há em mim o gosto de provar que mudanças acontecem, então que seja pro bem.