quarta-feira, 14 de setembro de 2011

   
"(...) e me dá uma saudade irracional de você."
Cartão para Luciano Alabarse - Berlim, 01.07.93
Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze."

  

A certeza de que a melhor parte disso tudo resume-se em O Grande Gatsby ainda ser meu. Sabia que não o veria mais, deve ter sido aquela coisa de feeling feminino ter esquecido de entregar-lhe. 

E foi só mais uma daquelas histórias de expectativas frustradas. Acho que não deve ser demais pedir que só cheguem a mim com o sangue correndo nas veias. E pulsando, e ardendo.

No fim, não sei, pode se tratar de alimento de ego, sem existir reciprocidade. Não sou alimentaçãozinha de ego, tampouco gosto da loucura dos bi ou tripolares. Por favor, não se aproxime mais.
    

terça-feira, 7 de junho de 2011

                         

Cansada. E a única vontade é despejar meia dúzia de desaforos contra o ego alheio. Parece que todo mundo esqueceu como se faz, como se cria e como se cuida. Não me coloco como exceção, pelo contrário, é o vírus dessa geração xerocada. Fingindo uma suposta disposição, que todo mundo tem até saber onde se meteu, e até cair em si e usar a saída de emergência, assim passando o caminhão carregado de egoísmo sobre alguém. Se existe borracha pra vida, para o que foi dito e feito, por favor me apresentem porque ainda desconheço a ferramenta. Indisposição para falsas disposições, total indisposição para pseudo-relações humanas. 



"Tudo a mesma merda. Pudesse abrir a cabeça, tirar tudo para fora, arrumar direitinho como quem arruma uma gaveta. Tomar um banho de chuveiro por dentro."
(Domingo, Caio Fernando Abreu)


 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Chamo isso de lembrar sem esquecer


Há algum tempo não vinha aqui. Cansa escrever (e ler) sobre a mesma coisa. Às vezes nem a gente aguenta a montanha russa emocional a que somos submetidos. Fugir também não adianta, só adia. Se há saída? Não sei, ainda procuro. 

Hoje faz 365 dias que tive a sensação de muito medo. Medo do que poderia sentir, medo do abismo, abismo consciente sob o qual estava mergulhando. Eu sabia que não seria mais uma dessas histórias que vão embora e caem na caixa do esquecimento. Alguma coisa havia ali, o que até hoje não sei definir, mas que poderia ter durado um milhão de terças. 

Gosto de datas. Não de aniversários, feriados etc., mas de datas promovidas pela energia. Energia de dois corpos, duas vontades, dois pensamentos. Tudo é energia nesse mundo, não é? Mas houve um curto-circuito. Inexplicável, talvez, mas pra mim existiam todos os motivos, reais e surreais. O coração se sentiu confortável, mesmo com medo, e parecia ter encontrado o lugar certo pra se postar. É uma pena se enganar com territórios instáveis, por causas naturais ou sei-lá-o-quê (ou: sabemos-muito-bem-o-quê). Coisas que nunca foram esclarecidas, talvez nem sejam, mas aconteceram. Talvez a impaciência tenha se unido ao medo, e visivelmente não deram certo. 

Do curto-circuito sobraram as artérias rompidas.  

Um modesto e, talvez, melhor lugar que já ofereci a alguém na vida, não deixou de ter sua inquilina. O que aconteceu há 365 dias atrás poderia não ser unilateral nos dias atuais (ou desde sempre?) e os territórios poderiam ser estáveis. Hoje um pouco descrente, sem nada esperar, mas existente. Tudo bem, aqui só fica a lembrança do que poderia ter sido e não foi. Um band-aid, por favor.

Sim, esse é mais um daqueles textos sobre sentimentos que foram parar na máquina de moer carne. Perdão, mas só sei fazer isso causando hemorragia.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011


É chegado o ponto do equilíbrio desequilibrado, o equilíbrio pessoal. Aquela mesma sensação de mãe assoprando joelho ralado, depois de passar merthiolate. Alívio. O agradecimento fica ao tempo e ao Rio de Janeiro. Inexplicável e, talvez, simbólico. Onde o belo existe e prevalece em meio ao caos urbano. Basta lembrar que outro lado existe, que há uma saída e, também, o diferente.

Mesmo que o doce ainda seja fragmentos do que não existe mais, a vida acontece agora. Deve ser vivida, e há de ser doce. Ou melhor: doce e leve.