Há algum tempo não vinha aqui. Cansa escrever (e ler) sobre a mesma coisa. Às vezes nem a gente aguenta a montanha russa emocional a que somos submetidos. Fugir também não adianta, só adia. Se há saída? Não sei, ainda procuro.
Hoje faz 365 dias que tive a sensação de muito medo. Medo do que poderia sentir, medo do abismo, abismo consciente sob o qual estava mergulhando. Eu sabia que não seria mais uma dessas histórias que vão embora e caem na caixa do esquecimento. Alguma coisa havia ali, o que até hoje não sei definir, mas que poderia ter durado um milhão de terças.
Gosto de datas. Não de aniversários, feriados etc., mas de datas promovidas pela energia. Energia de dois corpos, duas vontades, dois pensamentos. Tudo é energia nesse mundo, não é? Mas houve um curto-circuito. Inexplicável, talvez, mas pra mim existiam todos os motivos, reais e surreais. O coração se sentiu confortável, mesmo com medo, e parecia ter encontrado o lugar certo pra se postar. É uma pena se enganar com territórios instáveis, por causas naturais ou sei-lá-o-quê (ou: sabemos-muito-bem-o-quê). Coisas que nunca foram esclarecidas, talvez nem sejam, mas aconteceram. Talvez a impaciência tenha se unido ao medo, e visivelmente não deram certo.
Do curto-circuito sobraram as artérias rompidas.
Um modesto e, talvez, melhor lugar que já ofereci a alguém na vida, não deixou de ter sua inquilina. O que aconteceu há 365 dias atrás poderia não ser unilateral nos dias atuais (ou desde sempre?) e os territórios poderiam ser estáveis. Hoje um pouco descrente, sem nada esperar, mas existente. Tudo bem, aqui só fica a lembrança do que poderia ter sido e não foi. Um band-aid, por favor.
Sim, esse é mais um daqueles textos sobre sentimentos que foram parar na máquina de moer carne. Perdão, mas só sei fazer isso causando hemorragia.
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